quarta-feira, 28 de julho de 2010

tempero caseiro

ingredientes:
3 cebolas grandes
2 cabeças de alho
1 potinho/200 g de alho picado - industrializado que se encontra em qualquer mercado 1/2 xícara de óleo - evita que crie água
1 maço de verdurinha: coentro ou manjericão ou salsinha - opcional

preparando:
bater todos os ingredientes no liquidificador colocando primeiro o óleo, depois o alho do potinho, depois os dentes de alho descascados. dar uma batida, e acrescentar a verdurinha. bater novamente, e acrescentar as cebolas descascadas e cortadas em oito pedaços ... o liquidificador vai agradecer o carinho.
armazenar num pote de vidro, limpo e seco, com tampa plástica, e guardar na geladeira.

as verdurinhas: salsinha, manjericão, coentro ... são opcionais. eu gosto muito porque alegra o paladar e agrada o meu olhar.

importante: não coloco sal ... quem coloca sal no alimento sou eu ... não é o tempero.


sardinha escabeche na panela de pressão


ótima oportunidade para a sardinha abandonar sua condição de espremida, e cair fora daquela latinha pobre, inexpressiva e minúscula. um peixinho que tem sua origem no mar da sardenha - sardenha, sardinha, bem apropriado - não poderia ser tratado assim. afinal, um dia, ter se rebelado contra o espaço limitado que lhe oferecia o mar mediterrâneo, e disseminado cardumes e mais cardumes oceanos afora, não teria sido em vão.
além de comuns e baratas - in brazil - são deliciosas e possuem a gordura boa que fornece, a quem se alimenta delas, o poderoso ácido graxo ômega-3 encontrado em peixes estrangeiros de estirpe, habitantes de águas geladas.
aqueles, precisam armazenar gordura pela sobrevivência em seu ambiente, e a sardinha, que vive em águas temperadas, armazena a mesma gordura como reserva de energia, pra manter sua vida migratória, aventureira e agitada.
ingredientes

1 xícara/chá de vinagre
1 xícara/chá de azeite ou óleo de boa qualidade
1 kg de sardinhas limpas
2 pimentões verdes médios cortados em cubos
1 pimentão vermelho cortado em cubo - opcional
2 cabeças grandes de alho - os dentes cortados em fatias grossas
3 folhas de louro
1 saches de caldo de legumes
1 sache de sazon, qualquer sabor: alho, alecrim, ...
2 cebolas grandes cortadas em tiras
molho de tomate a gosto


preparando

forre o fundo da panela de pressão com azeite, algumas tiras de cebola, um pouco do molho de tomate e alguns cubos de pimentão.
ajeite as sardinhas, e o restante dos ingredientes em camadas sobrepostas finalizando com azeite e/ou óleo, e vinagre.
leve ao fogo, e quando começar a ferver/chiar diminua a chama do fogão e deixe por 20 minutos.
faça de um dia pro outro, pois, a panela deverá ser aberta, apenas, quando estiver fria - recomendo, no dia seguinte.
como prato principal ou entrada, a sardinha escabeche pode ser mantida na geladeira de 10 a 15 dias.
acompanha arroz, salada de batatas, pão italiano, ...

escabeche modificado:
é possível usar a mesma receita, os mesmos ingredientes, proceder da mesma forma depois de cozido, apenas substituindo a sardinha por beringela e/ou abobrinha cortadas em fatias longitudinais ... basta não fazer na pressão, e controlar o cozimento pra que elas fiquem al dente ou ao gosto de cada um.
importante: jamais utilize água!!!

é isso.

bacalhoando com eça de queirós

"... a cozinha e a adega exercem uma larga e directa influência sobre os homens e a sociedade." (eça de queirós em seu texto em prosa, cozinha arqueológica)

além disso, eça de queirós, sitou a culinária em seus livros, muito mais de 2.000 vezes. em os maias, primo basílio e o crime do padre amaro, por exemplo, são páginas e mais páginas a descreverem refeições. a personagem da criada juliana, em primo basílio - uma paixão - é a referência culinária à tradicional sopa lusitana, homônima, feita à base de batata, cenoura e couve. no capítulo VIII de os maias, eça de queirós refere ao bacalhau do poeta alencar, e no crime do padre amaro alude ao banquete do abade de cortegaça ...

inspirada em eça de queirós, nesta páscoa, costumizei a receita da tradicional bacalhoada familiar, e o resultado foi retumbante.

antes, de cumprir a ação prazerosa e divertida de bacalhoar, tem a estória de bacalhau e de vinho

bacalhoada, tal qual, zé nascimento

quem participa???
800 g de lascas de bacalhau dessalgado
1,2 kg de batatas
340 g de molho de tomate
3 pimentões, verdes, pequenos cortados em cubos
1 lata de ervilhas, com a água
1 abobrinha italiana, grande, ralada ou cortada em pequenos pedaços
2 cabeças, grandes, de alho - corte os dentes em fatias grossas
4 cebolas, médias, cortadas em rodelas
azeitonas verdes
azeite de oliva virgem

como participa???
antes de tudo, acenda o forno.
com o tempero de sua preferência, refogue os pimentões, a abobrinha e a lata de ervilhas. reserve.
frite o alho em azeite de oliva. reserve.
corte as batatas e as cebolas. reserve.
numa travessa ou bacia grande coloque o bacalhau, a batata, a cebola, o molho de tomate, a azeitona, o alho, e misture muito bem, com a mão mesmo, até que fiquem, todos os ingredientes, bem juntinhos.
escolha uma vasilha confortável e apropriada para assar esta delícia. pode ser de louça mas se for de barro, com tampa estará cumprindo o padrão.
coloque parte da mistura, intercale com o refogado de ervilhas, pimentões e a abobrinha, cubra com o restante da primeira mistura, regue com azeite de oliva virgem, tampe e leve ao forno, pré aquecido e alto.
o nariz da cozinheira é o melhor sensor. assim que começar a sentir um cheirinho bom, abra a travessa e certifique-se de que há fervura no caldo formado dentro da assadeira. tampe novamente e feche o forno. daí, é dar o tempo para que a batata cozinhe. na próxima abertura da tampa, espete uma rodela de batata com uma faca para sentir se está cozida. se estiver, retire a tampa e deixe dourar. se perceber que a faca entrou com dificuldade volte a tampa, e deixe assim por mais um tempo no forno, até que a batata esteja cozida e tudo pronto para dourar.
fogão, cada um sabe do seu.
o processo de assar, com a assadeira tampada, aqui em casa, demorou mais de 1 1/2 hora. isso por que a alquimia, assistida e controlada por quem lhe fornece o nome, era reclamada a cada minuto, como um choro ... tô com fome ...

é isso.