quarta-feira, 28 de julho de 2010

arroz, simples assim

as receitas para o preparo do arroz variam de povo pra povo, de casa pra casa, depende de cada cultura, de cada gosto ou dos caminhos que elas percorrem para que sejam disseminadas.
duas medidas de arroz.
lave e deixe escorrer por uns 5 ou 10 minutos.
ponha na panela com 2 colheres de óleo.
deixe fritar, em fogo médio, até que fiquem sequinhos, soltos uns dos outros - eu chamo isso de pururuca. acrescente duas colheres, fartas, do meu tempêro. sinta o cheiro nessa hora ... é demais!!!
refogue por uns 5 minutos, mexendo sempre, atentamente.
coloque 4 conchas de água, fria, ou seja, 2 vezes cada tanto do que vc colocou de arroz.
coloque um pequeno punhado de sal e experimente.
ficou legal??? ótimo!!! ficou sem sal??? vá pondo aos poucos até ficar do seu gosto.
deixe cozinhar com meia tampa e fogo médio até que quase seque. quando estiver quase seco, desligue, tampe a panela, enrole num pano e guarde no forno até servir.
para um resultado melhor ainda, depois que refogar com o meu tempêro, antes da água, desligue o fogo e deixe descansar por uns 40 minutos.
passado esse tempo, coloque a água e ligue o fogo, médio.
o cheiro, durante o a fervura é delicioso.

é isso.

abracadabra et, voilà!!!

sopa de batata e cebola

a batata inglesa é do peru!!!

uma delícia, versátil, prática, acompanha, é prato principal, tem vitaminas e minerais, tira dor de cabeça, resolve muito apuro na cozinha, dá banca de inglesa, nasceu no peru, mais precisamente nos andes peruanos e bolivianos, e é cultivada há 7.000 anos.
disseminada pela europa por conta das aventuras espanholas desbravadoras e devastadoras, a batata - papa na língua quíchua - foi criando vestimentas diferentes através de receitas inventadas aqui e ali, e se tornou um dos principais ingredientes das panelas e assadeiras de muita (o) cozinheira (o) mundo a fora.
esta receita, the best of the best, segundo o povo aqui do lar, é fruto de alguma pesquisa, mas deriva da minha paixão pela cozinha informal, aquela sem obrigação, sem monotonia, cheia de graça. em meio a tudo isso tem o elemento que deveria impulsionar todos aqueles que pisam numa cozinha com a intenção de produzir qualquer alimento, do chá ao mais elaborado prato: a afeição por quem vai ser alimentado. dizer que o alimento foi feito com amor é a frase corriqueira que encerra a mais verdadeira motivação para o sucesso culinário de quem quer que seja.
em verdade lhes digo: a alimentação é o mais verdadeiro, e o mais primitivo ato de amor.

medidas:
colher = sopa

quem sai da dispensa???

10 batatas médias cortadas em cubos
4 cebolas grandes cortadas em cubos
4 cubinhos de caldo de frango com ervas
2 caixinhas de creme de leite - 200 g cada uma
2 colheres, bem fartas, do meu tempero - abra o link e leia a receita
2 colheres, bem fartas, de margarina
3 colheres de azeite de oliva

quem entra na panela???

numa panela grande, aqueça o azeite e a margarina, acrescente o tempêro e os cubinhos de caldo, deixe fritar um pouco, coloque as cebolas e as batatas e refogue por 5 minutos.
acrescente água suficiente para cobrir e ficar 2 dedos acima do conteúdo da panela.
deixe cozinhar, até que a batata esteja molinha.
bata no liquidificador ou direto na panela com o auxílio do mixer, acrescente o creme de leite, bata mais um pouco, deixe incorporar todo mundo e ... bom apetite!!!
colocada em tigelinhas de barro ou louça, coberta com queijo ralado ou fatias de mozzarella, e levada ao forno para gratinar, esta sopa que, simples assim, é uma catástrofe, se transforma em algo retumbante.

é isso.

tempero caseiro

ingredientes:
3 cebolas grandes
2 cabeças de alho
1 potinho/200 g de alho picado - industrializado que se encontra em qualquer mercado 1/2 xícara de óleo - evita que crie água
1 maço de verdurinha: coentro ou manjericão ou salsinha - opcional

preparando:
bater todos os ingredientes no liquidificador colocando primeiro o óleo, depois o alho do potinho, depois os dentes de alho descascados. dar uma batida, e acrescentar a verdurinha. bater novamente, e acrescentar as cebolas descascadas e cortadas em oito pedaços ... o liquidificador vai agradecer o carinho.
armazenar num pote de vidro, limpo e seco, com tampa plástica, e guardar na geladeira.

as verdurinhas: salsinha, manjericão, coentro ... são opcionais. eu gosto muito porque alegra o paladar e agrada o meu olhar.

importante: não coloco sal ... quem coloca sal no alimento sou eu ... não é o tempero.


sardinha escabeche na panela de pressão


ótima oportunidade para a sardinha abandonar sua condição de espremida, e cair fora daquela latinha pobre, inexpressiva e minúscula. um peixinho que tem sua origem no mar da sardenha - sardenha, sardinha, bem apropriado - não poderia ser tratado assim. afinal, um dia, ter se rebelado contra o espaço limitado que lhe oferecia o mar mediterrâneo, e disseminado cardumes e mais cardumes oceanos afora, não teria sido em vão.
além de comuns e baratas - in brazil - são deliciosas e possuem a gordura boa que fornece, a quem se alimenta delas, o poderoso ácido graxo ômega-3 encontrado em peixes estrangeiros de estirpe, habitantes de águas geladas.
aqueles, precisam armazenar gordura pela sobrevivência em seu ambiente, e a sardinha, que vive em águas temperadas, armazena a mesma gordura como reserva de energia, pra manter sua vida migratória, aventureira e agitada.
ingredientes

1 xícara/chá de vinagre
1 xícara/chá de azeite ou óleo de boa qualidade
1 kg de sardinhas limpas
2 pimentões verdes médios cortados em cubos
1 pimentão vermelho cortado em cubo - opcional
2 cabeças grandes de alho - os dentes cortados em fatias grossas
3 folhas de louro
1 saches de caldo de legumes
1 sache de sazon, qualquer sabor: alho, alecrim, ...
2 cebolas grandes cortadas em tiras
molho de tomate a gosto


preparando

forre o fundo da panela de pressão com azeite, algumas tiras de cebola, um pouco do molho de tomate e alguns cubos de pimentão.
ajeite as sardinhas, e o restante dos ingredientes em camadas sobrepostas finalizando com azeite e/ou óleo, e vinagre.
leve ao fogo, e quando começar a ferver/chiar diminua a chama do fogão e deixe por 20 minutos.
faça de um dia pro outro, pois, a panela deverá ser aberta, apenas, quando estiver fria - recomendo, no dia seguinte.
como prato principal ou entrada, a sardinha escabeche pode ser mantida na geladeira de 10 a 15 dias.
acompanha arroz, salada de batatas, pão italiano, ...

escabeche modificado:
é possível usar a mesma receita, os mesmos ingredientes, proceder da mesma forma depois de cozido, apenas substituindo a sardinha por beringela e/ou abobrinha cortadas em fatias longitudinais ... basta não fazer na pressão, e controlar o cozimento pra que elas fiquem al dente ou ao gosto de cada um.
importante: jamais utilize água!!!

é isso.

bacalhoando com eça de queirós

"... a cozinha e a adega exercem uma larga e directa influência sobre os homens e a sociedade." (eça de queirós em seu texto em prosa, cozinha arqueológica)

além disso, eça de queirós, sitou a culinária em seus livros, muito mais de 2.000 vezes. em os maias, primo basílio e o crime do padre amaro, por exemplo, são páginas e mais páginas a descreverem refeições. a personagem da criada juliana, em primo basílio - uma paixão - é a referência culinária à tradicional sopa lusitana, homônima, feita à base de batata, cenoura e couve. no capítulo VIII de os maias, eça de queirós refere ao bacalhau do poeta alencar, e no crime do padre amaro alude ao banquete do abade de cortegaça ...

inspirada em eça de queirós, nesta páscoa, costumizei a receita da tradicional bacalhoada familiar, e o resultado foi retumbante.

antes, de cumprir a ação prazerosa e divertida de bacalhoar, tem a estória de bacalhau e de vinho

bacalhoada, tal qual, zé nascimento

quem participa???
800 g de lascas de bacalhau dessalgado
1,2 kg de batatas
340 g de molho de tomate
3 pimentões, verdes, pequenos cortados em cubos
1 lata de ervilhas, com a água
1 abobrinha italiana, grande, ralada ou cortada em pequenos pedaços
2 cabeças, grandes, de alho - corte os dentes em fatias grossas
4 cebolas, médias, cortadas em rodelas
azeitonas verdes
azeite de oliva virgem

como participa???
antes de tudo, acenda o forno.
com o tempero de sua preferência, refogue os pimentões, a abobrinha e a lata de ervilhas. reserve.
frite o alho em azeite de oliva. reserve.
corte as batatas e as cebolas. reserve.
numa travessa ou bacia grande coloque o bacalhau, a batata, a cebola, o molho de tomate, a azeitona, o alho, e misture muito bem, com a mão mesmo, até que fiquem, todos os ingredientes, bem juntinhos.
escolha uma vasilha confortável e apropriada para assar esta delícia. pode ser de louça mas se for de barro, com tampa estará cumprindo o padrão.
coloque parte da mistura, intercale com o refogado de ervilhas, pimentões e a abobrinha, cubra com o restante da primeira mistura, regue com azeite de oliva virgem, tampe e leve ao forno, pré aquecido e alto.
o nariz da cozinheira é o melhor sensor. assim que começar a sentir um cheirinho bom, abra a travessa e certifique-se de que há fervura no caldo formado dentro da assadeira. tampe novamente e feche o forno. daí, é dar o tempo para que a batata cozinhe. na próxima abertura da tampa, espete uma rodela de batata com uma faca para sentir se está cozida. se estiver, retire a tampa e deixe dourar. se perceber que a faca entrou com dificuldade volte a tampa, e deixe assim por mais um tempo no forno, até que a batata esteja cozida e tudo pronto para dourar.
fogão, cada um sabe do seu.
o processo de assar, com a assadeira tampada, aqui em casa, demorou mais de 1 1/2 hora. isso por que a alquimia, assistida e controlada por quem lhe fornece o nome, era reclamada a cada minuto, como um choro ... tô com fome ...

é isso.